quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A caça dos mortais: Cap. 2 - A arrebatadora


Escrito por: Gabriel L. Mesquita

Frio e depressivo, o reino dos mortos, Khalihr, era um local desprovido do conhecimento dos deuses e do homens vivos. Os céus pareciam infinitos, eram azuis escuro, a luz que emergia dele era branca e fraca. A terra era morta e infértil, ironicamente, o mundo dos vivos exalava menos vida que Khalihr. Aghnos andava sobre a trilha que levava até o castelo de Dahenihr, um Galloglarass que diferente dos deuses, era imortal e criara toda a vida e a morte. As lendas de Darhir descreviam os mortos como seres moribundos e despedaçados, Aghnos viu outra coisa, eles pareciam mais vivos do que nunca, a sua vitalidade aumentara tanto que pareciam semi-deuses. Os vivos diziam que a morte era o fim de tudo e que os homens que inevitavelmente caíssem nela, nesse momento, apenas a atmosfera depressiva e fria de Khalihr era ruim, para um vivo.

 Um espirito morto se aproximou de Aghnos torcendo o seu corpo para o lado dele:
- O que você faz aqui? Você não esta morto?
- Quantas perguntas mais...
- Responda, não deverias estar aqui.
- Eu não responder as suas duvidas – e saiu andando em direção ao castelo
 A donzela reapareceu na frente de Aghnos e lhe disse “Não confie em ninguém”, Aghnos balançou a cabeça em concordância e continuou andando, dessa vez mais rápido. O espirito correu em direção a Aghnos, colocou a mão em seus ombros e proclamou:
- Eu vi... – seus olhos estavam tensos
- O que você viu, espirito insano – seu tom era de deboche
- Não fale com Dahenihr... – o desespero no seu tom crescia
- Você não tem autoridade sobre mim
- Prazer senhor, meu nome é Quatsar – estendeu a sua mão para Aghnos
- Prazer Quatsar, meu nome é Aghnos – o respeito pelo espirito cresceu um pouco –mas, não me chame de senhor
- Como quiser – colocou uma mão sobre o braço e a outra sobre o queixo e declamou –porque esta aqui?
- Bem, uma Kaloh me revelou a verdade sobre o meu pai, vou liberta-lo de Neghar
- Agnhos, você é tão ingenuo e conseguiu cair no esquecimento – seu tom ficou serio a ponto de ser temido – Eu não sei o que o seu povo fez, mas, os Kaloh são deuses e não espíritos. Saiba também que você esta preso aqui pela eternidade, e o seu pai morreu em batalha – seu tom ficou mais calmo – Como pode acreditar nisso?
- Como, mas... – a desolação caiu sobre o seu corpo
- Então ainda existe um deus vivo, nesse caso uma deusa – parecia pensativo
- Sim, e agora eu estou condenado – parou por um segundo – espera, você quer me enganar
- Não, eu fui...
- Prove.
- Como eu ia lhe dizer, eu era um dos caçadores dos deuses.
- Não é possível

 Quatsar tirou a espada de sua bainha e disse “A arrebatadora de almas”. E um vento espectral afastou todos os espíritos próximos.

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